Quarto do Jordan Madden

Não era surpresa nenhuma que o dia me estava a correr bem. Depois de uma noite fantástica com Gen e de ter acordado ao lado dela, a sorte perpetuara-se no teste que ia ser positivo de certeza. Tunha-me entretido bastante bem durante o resto do dia, passando algum tempo com a rapaziada e recebendo finalmente a colheita da minha aposta, embora eles estivessem errados: Gen podia ter sido uma conquista apenas no início, mas agoea, mesmo depois de ter ido para a cama com ela, não estava pronto para a deixar. Por isso mesmo enviei-lhe um sms já tarde a perguntar-lhe se queria vir ter comigo ao meu quarto. 

Levantei-me num ápice assim que ouvi um knock knock na porta. Estava mesmo à espera de Genevieve e depois daquele comentário sabia que era ela quem estava do outro lado da porta. Abri-a e confirmei a minha suspeita - Entra e vamos desfrutar dessa surpresa - Comentei com um sorriso divertido. Acabei por seu eu a empurrá-la para dentro, colocando a minha mão na sua cintura e puxando-a para mim - Boa noite.  Se calhar devia ter começado por dizer isto. 

Não sabia o que me estava a dar mas realmente não me conseguia descolar dela. Não escondi o meu sorriso quando ela fez aquele seu comentário, nem me atrevi a negá-lo. Pelo menos não diretamente - ... não sei se são saudades tuas, ou simplesmente estou a mostrar-te o quão bom foi passar o dia sem as tuas provocações - ri-me. Saí de cima ela. Se não o fizesse ainda acabava por... enfim. Sentei-me na cama ao seu lado e mexi no saco que ela trouxera. Tirei um pouco. Fui buscar a resma de papel próprio para enrolar. Fiz o charro - É material do bom?

- não sei porquê que achas que é óbvio - fiz-me de desinteressado. Tivera saudades dela. Tivera. Era assustador perceber isto. - É uma pergunta plausível, linda. -  Acendi o charro com o isqueiro. Um trago e percebi que era erva da boa, tal como a anterior que já provara. Expirei o fumo - Não me desiludiste. Caraças, isto vai dar uma bela moca. - Passei-lhe o charro. 

O efeito da erva ainda não me tinha afetado, mas Genevieve, essa sim já estava a ter um efeito forte em mim. Não me lembrava de alguma vez ter estado com alguém tão sensual e que causasse tantas sensações em mim. Mordi o lábio ao vê-la fumar. Levei a minha mão ao seu rosto. Acariciei-o. Pousei um beijo na sua face. Depois no canto do seu lábio...Até conquistar novamente os seus lábios.

Algo estava a bater mal se eu preferia estar aos beijos com uma rapariga e não a desfrutar de uma belíssima ganza de alta qualidade. A diferença estava em aquela não ser nenhuma rapariga. Era Gen.

Sorri contra os seus lábios quando por um instante o beijo acalmara. As minhas mãos tactearam as suas costas, os seus braços. O ambiente começava a escaldar no meu quarto...

Ela ainda estava a remoer sobre o comentário que fizera ao seu material? Só me consegui rir - Fica aqui admitido que tens mesmo bom material - Pisquei-lhe o olho pois dissera aquilo com um duplo sentido.

A pergunta dela fez-me permanecer calado. Realmente, o que é que se estava a passar connosco? Não sabia ao certo como rotular. - Eu não sei...nem sei se quero saber. Para quê complicar? 

Eu sabia que havia alguma razão para gostar de Genevieve. Ela não era como as outras raparigas que neste momento estariam a fazer pressão e birras sobre não rotular uma relação com elas. Genevieve era complicada em certos aspectos mas neste sentido era simples e descomplicada. Agradeci-lhe com um beijo calmo e profundo. -  o que acontecer, acontecerá... - sorri e voltei a juntar os nossos lábios.

- Estou a ficar ganzado, Gen. Ilumina-me a filosofia - Respondi um pouco no gozo.  

Apesar de os gajos terem fama de serem demasiado desarrumados e sujos, eu mantinha o meu corpo minimamente composto. - O meu quarto é melhor que o teu, não admira que tu mudasses....não mo vais roubar, mas podes ficar cá sempre quiseres - não era eu que me ia importar.

Era verdade, eu não tinha acreditado nela, achava que ela simplesmente se estava a gabar como a maioria dos traficantes.  - Mas que o meu elogio à qualidade da tua erva não te suba à cabeça - Ri-me. 

- A sério, nunca na vida lutaria por um quarto como teu. - Frisei divertido - Não estou a tentar ser querido. 

Ela ia ficar impossível daqui em diante sempre que eu voltasse a negar a qualidade de alguma coisa ela fizesse. - Chata. Nunca devia ter dito que o teu material é bom - Arrependi-me divertido. - Claro que não me queixei se não já sabia que te ia ouvir. Para além de que eu quase nem olhei para o quarto. Só fizemos uso da cama e era só isso que era preciso - Soltei uma gargalhada ao olhar para o seu rosto. - Talvez sim, talvez não - Pisquei-lhe o olho - Mas hoje sim, podias ficar por cá. Que te parece?